06 novembro 2004


ROGÉRIO SIMÕES enviou esta CARTA Posted by Hello

Amiga Professora Dalva de Paula Molnar.

Em primeiro lugar estou aqui para agradecer tanta generosidade, tanta dedicação, tanta solidariedade e trabalho em favor dos doentes.

Obrigado. Já recebi o que pretendia e coloquei no Blog. E se agradeço, agradeço com toda a minha alma - alma de poeta...

Na verdade, em Portugal, não conheço uma única Associação de doentes de Parkinson que proteja ou ajude activamente os doentes e as suas famílias.

Posto isto, aproveito a força do meu livro de poesia (aquela que tantos amigos quiseram dar: mais de 164 mil visitas desde Março de 2004), e, lentamente, vou colocando links para páginas de Solidariedade Social, para Associações de Parkinson ou outras que me sejam indicadas.

Digamos assim: Vou divulgando os meus poemas, que cantam os meus estados de alma (as minhas forças e ou as minhas fraquezas), para, qual catarse, extravasar a minha dor (sofrimento ligeiro em forma pouco avançada de um doente de Parkinson).

É através da poesia – canto mágico dos poetas – que aproveito para ser mais solidário, isto é: para tentar fazer mais pelos outros, onde eu me incluo sem vergonha ou preconceito.

E se digo isto ao amigo é porque tenho sempre presente, no meu coração, todos aqueles que mais sofrem – já nem escrevem! Já não falam – mas escutam se lhes falarmos de mansinho ao ouvido. Sendo assim escrevo por eles, em mim, com esta mão direita. (a mão esquerda, preguiçosa, precisa de “Sinemet”).

Eu sei que me arrisco a sair do Top do Sapo e dos TOP Nacionais. Porém estar no topo nunca foi o meu objectivo, aliás, nunca sonhei que isso viesse a acontecer. E se aconteceu tudo se ficou a devera umas quantas almas, onde incluo a minha esposa, Bety e as amigas Ermelinda de Almada, “INDEX POESIS”, a Maria do “CUMPLICIDADES” e mais duas ou três amigas que acreditaram e incentivaram a minha poesia.

Por isso, se por um lado foi e é importante para mim, como humilde poeta, divulgar a minha poesia, mais…muito mais, importa ajudar quem sofre: os doentes, as famílias e os amigos.

E se nesta missão conseguir fazer com que um, pelo menos um, se sinta menos infeliz, menos desamparado, menos solitário e com alguma confiança no futuro – então valeu a pena ser solidário!

Incluo aqui todos os sofrimentos, todas as maleitas da carne ou da alma, ou seja – uma universalidade de doentes, doenças, guerras, ódios, fome, violência, racismo, abandono... Enfim, um sem número de males que dia a dia consomem o homem!

Professora Dalva eis a razão desta carta aberta

Quero publicamente manifestar a minha sentida gratidão por ter traduzido para português os trabalhos da ilustre Médica, ANNE FROBERT, que tanto nos tem doado com dignidade e saber.

Agradeço a confiança ilimitada que em mim depositou autorizando que escreva, (post) directamente no seu blog “Mal de Parkinson”.

Aproveito esta carta para enaltecer os profissionais de saúde e os cientistas que, procurando amenizar a dor, colocam o amor, o saber e o conhecimento científico ao serviço da humanidade.

À restante comunidade, aos cidadãos dos nossos dois países, que pagam os seus impostos e que devem exigir que estes sejam bem administrados, o apreço pelo cumprimento deste dever cívico e solidário.

Vou terminar.

Resta-me deixar aqui uma palavra de esperança num futuro melhor onde nem raças nem credos nos dividam.

Onde haja lugar a um avanço na ciência para que todos possam ter uma vida mais digna. Porém, se essa evolução não vier a beneficiar os desprotegidos – POR FAVOR - deixem ficar tudo como está.

Sejamos felizes.

Rogério Simões