24 abril 2005

DEPOIMENTO DE PAOLO

Durante a primavera 2001, sofria de uma excessiva rigidez da coluna vertebral com fortes dores na regiao lombar. Durante esse periodo fiz uma viagem noturna de trem em vagao-leito. Infelizmente me colocaram num compartimento extremo do vagão, num velho vagão com pouca luminosidade. Durante toda a noite fui submetido à vibrações desagradaveis, sobretudo na direção transversal em relaçao ao vagão, ou seja, longitudinal para o corpo. Dormi muito pouco e fiquei muito preocupado com o dia seguinte. Quando à aurora levantei-me, contrariamente à minha espera, tive uma agradável surpresa, estava muito menos rígido que na véspera, com menos dores que no início da viagem. Então, pensei imediatamente numa terapia baseada na utilização devibrações. Navegando na Internet, encontrei numerosos sítios que falavam da utilização de vibrações em fisioterapia, mas nenhuma referência à doença de Parkinson. Após publicação desta experiência no meu site pessoal (www.parkidee.it) recebi uma mensagem de uma correspondente italiana que me relatou que em Paris, antes da descoberta do levodopa, certo professor Charcot, após uma viagem acompanhada de vibrações, e após ter constatado o efeito positivo, construiu uma poltrona vibradora e instalou no seu gabinete.É lá que partiram as minhas investigações sobre os efeitos antálgicos das ondas sonoras... sem ter que fazer vibrar toda a poltrona. Alguém do parkliste teve experiências similares?
Paolo.

ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA
Dominique, obrigado muito por ter-me dedicado a mensagem sobre a estimulação magnética transcraniana, que trouxe um grande prazer e que me serve de gancho para exprimir minha opinião pessoal, sobre um plano muito geral. Até agora a investigação sobre a doença de Parkinson orientou-se demasiadamente sobre as possibilidades de influenciar o cérebro através substâncias químicas, com o objetivo de desenvolver novos medicamentos. A influência de fenômenos físicos sobre o cérebro ainda não foi muito explorada de maneira sistemática. Ora sabe-se que sinais elétricos, eletromagnéticos, acústicos e vibratórios aplicados de diversas maneiras sobre o corpo humano podem também influenciar o cérebro. O DBS é um exemplo impressionante. A introdução infrasons (sob a forma de batimentos) em certos pedaços de música permite facilitar o sono ou é utilizada como técnica de relaxamento. No sentido contrário, certos sons podem provocar um estress desagradável e, por exemplo, provocar o tremor em uma pessoa portadora da doença de Parkinson. Numerosas terapias, ditas não convencionais, utilizam a música como um meio para influenciar o paciente. Sinais acústicos e vibratorios permitem de lutar contra prisão do ventre e/ou acalmar dores....Pessoalmente, estou convencido que o estudo da transmissão de diversos tipos de sinais físicos no corpo humano deve permitir o desenvolvimento de novas terapias, mais econômicas, menos perigosas, para melhorar a qualidade de vida do portador de Parkinson. É uma questao de intuição! (Não se esqueçam que os grandes progressos da ciência, originalmente, foram frequentemente baseados em intuições sobre a aplicação das regras utilizadas em investigação médica para verificar a eficácia de um novo medicamento). Em especial, no que diz respeito ao DP, caracterizado por perturbações de movimento e equilibrio, é provável que sinais acústicos, introduzidos por via sólida possam influenciar os fenômenos desagradaveis, dado que o labirinto da orelha interna desempenha um papel importante para fornecer ao cérebro as informações sobre a posição do corpo.Retornarei em breve sobre o tema, de uma maneira mais aprofundada. É necessário atribuir pouco valor aos estudos que comparam o TMS com o placebo. Para os adversários de uma via de investigação nova, é extremamente fácil organizar uma "investigação" aparentemente "cientifica" com a vontade de conduzir à uma conclusão negativa. Este tipo de investigação é freqüentemente financiada para defender interesses econômicos (geralmente o nome do patrocinador não é publicado!) . Geralmente a publicação omite todos os detalhes do procedimento experimental adoptado. No que me diz respeito, ficaria contente em receber o máximo possível de informações sobre os procedimentos de ensaio utilizados pelos adeptos do TMS. (Transdutores para a emissão das ondas, posição sobre o crânio, frequências utilizadas, composição espectral, forma de onda...). Isto não para utilizar lo eu mesmo, mas para fazer comparações com a estimulação acústica. Talvez alguém do parkliste possa me ajudar?
Paolo

TMS
Desenvolvimento em 1985, a técnica da estimulação magnética transcraniana (TMS) consiste em estimular o cérebro através de eletrodos colocados na superfície do crânio para curar doentes com certas doenças mentais. Este método suscita ao mesmo tempo interesse e críticas por parte dos especialistas em psiquiatria. Enquanto alguns acreditam num tratamento terapêutico prometedor, outros duvidam da sua eficácia. Do seu lado, Allan Snyder, investigador australiano, esta persuadido que o TMS pode melhorar as capacidades intelectuais de cada um de nós... A estimulação magnética transcraniana consiste em aplicar, na superfície do crânio, sobre zonas cerebrais específicas, uma sonda que gera um campo magnético de baixa freqüência. Este método foi criado com o objectivo de explorar o sistema nervoso. Após ter constatado que era capaz de alterar a liberação de substâncias químicas específicas do cérebro como a serotonina ou a dopamina em animais, certos investigadores testam essa técnica para tratar das doenças onde estas substâncias intervêm: depressão, perturbações obsessivas compulsivas (TOC), esquisofrenia, doença de Parkinson Uma paralisia do braço curada em 12 dias é o caso de uma equipe de investigadores do departamento de psiquiatria da universidade de Ulm na Alemanha, cujo trabalho foi publicado no número de Setembro de Psychotherapy and Psychosomatics. Após 12 semanas de sessões diárias de estimulação magnética transcraniana, os cientistas conseguiram curar um doente idoso de 20 anos que sofria de uma paralisia histérica do braço direito. Mas, se o TMS suscita esperanças para tratar, não somente este tipo de sintoma, mas também outras doenças, ela ainda sofre de imperfeições. "Se estudamos as aplicações de este método ao tratamento da depressão, prosseguimos as nossas investigações sobre numerosos elementos técnicos a desenvolver, como o seu nível de precisão", diz Carlos Schönfeldt, director da equipe de Ulm. Outros especialistas se mostram ainda mais cépticos no que diz respeito à TMS: dois relatórios recentes baseados na análise dos trabalho efetuados, através mundo, sobre tratamento da depressão ou da perturbação obsessivo compulsivo utilizando a TMS, não concluíram uma eficácia específica desta técnica. Allan Snyder, investigador da Universidade Sidney, não somente esta persuadido que o TMS age de maneira favorável sobre o cérebro de pessoas atingidos de certas doenças, mas pensa também que pode ser utilizada para melhorar as capacidades intelectuais de todos.
Domínique