09 novembro 2006



LUA DE MEL

Nestas duas últimas semanas - é difícil precisar a data e as circunstâncias - tomei consciência pela primeira vez do que é a perda dos movimentos automáticos, a chamada lentidão dos movimentos, acinesia e bradicinesia no jargão da neurologia. Foi então que me perguntei: seria este momento também o sinal do fim da "lua de mel"?

Há 10 anos pela primeira vez me foi dito que tinha Parkinson e iniciei o tratamento com a levodopa.

Entrei com a palavra "lua" no mecanismo de busca deste blog e obtive dois resultados. O primeiro, (por marcilioII em 12/04/2002 09:47:01 AM ) um depoimento de Marc Bergeron, à época moderador do forum Parkliste, comentando as estratégias de tratamento da DP com levodopa e seus agonistas. O segundo, (por marcilioII em 9/25/2003 01:32:46 PM) com o título de "Lua de Mel", falava dessas coisas e vale a pena reproduzi-lo aqui:

"O problema da medicação, quando ministrada logo após o diagnóstico, é mascarar a lentidão, o tremor e/ou rigidez impedindo que o portador tome contato com a doença como de fato ela é. E o mais grave: permitindo que continue com o mesmo estilo de vida (trabalho, alimentação, objetivos de vida...). Isto sem falar nos efeitos colaterais das drogas atualmente em uso para tratar a DP. Acertadamente, vem sendo chamada de "lua de mel" o período que vai do diagnóstico ao quinto ou sexto ano. Infelizmente, quando essa fase passa, percebe-se o tempo precioso perdido para uma mudança ou adaptação do estilo de vida à realidade de uma doença degenerativa com as características que conhecemos: sem cura, irreversível, inexorável."