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19 outubro 2004
IMPRESSÕES FAMILIARES
Impressões dos familiares
16 DE OUTUBRO DE 2004 — EDIÇÃO Nº 1767 (BRASIL SEIKYO)
“Lembro-me daquela tarde em que tivemos o diagnóstico do mal que atormentava Luiz. Começamos a nos preparar, principalmente buscando informações sobre a doença. Nosso lar permaneceu sombrio, ninguém mais ria nem cantava. Buscamos ajuda em todos os lugares que nos eram indicados. Passaram-se dez anos, e nada de melhora, até que conhecemos a BSGI e o Budismo Nitiren. A luz apareceu em meio à escuridão e esta foi clareando rapidamente. Como um sopro de vento em que cada rajada traz um alento à natureza, o Daimoku foi energizando todas as células em um corpo enfraquecido e com poucas esperanças. A indicação de um novo neurologista foi trazendo mais alento, novas esperanças, a um corpo tão sofrido. Luiz estava reagindo bem e foi com grande alegria que um dia o observei recitando Daimoku, de mãos postas e sem tremer. Tive a sensação de que ele estava retornando para nós. Voltando para o seio de nossa família. Renascendo!”
Maria Laurice, esposa
“Um exemplo de como pequenas coisas do cotidiano podem ser moldadas para se tornarem preciosas, assim via meu pai. Há alguns anos a provação teve início. Aquele que lançava, com precisão as bolas no jogo de bocha, assim como mostrava impecável habilidade no exercício do magistério, passou a ter dificuldade de falar, andar e comer. Tudo parecia ser um desafio imenso. O momento mais marcante foi aquele em que, no almoço, precisou da ajuda de minha mãe. Uma manobra simples, como levar um garfo à boca, agora era um desafio intransponível. Foi quando as coisas começaram a melhorar. Visualizo até hoje a cena da superação em um restaurante: com uma das mãos ele segurava firme a bandeja, e com a outra, colocava a comida no prato. Aquele que, em dado momento da vida, não conseguia levar o garfo à boca, agora equilibrava a bandeja com o prato, o copo e o refrigerante até nós. Com a alma lavada, um sorriso vitorioso na boca e um contagiante sentimento de superação.”
Flávio Marcelo Gomes, filho
“Meu pai sempre foi um grande companheiro. Pescávamos juntos, jogávamos baralho e íamos ao campo de futebol. Com o Mal de Parkinson, as limitações físicas foram cerceando sua liberdade de locomoção, causando dificuldades até mesmo para coisas básicas da vida. Há algum tempo atrás, era bem difícil sair com meu companheiro para a prática de nossas atividades de pai e filho. Todavia, ele tem melhorado sensivelmente, a olhos vistos. Na pesca, nossa competição para ver quem pega mais é sempre acirrada. No baralho, ora ganha um, ora ganha outro quando jogamos contra. Garantia de vitória, só quando jogo com ele. No futebol, canso de ouvir elogios feitos pelos colegas sobre como ele melhorou, como está bem, como recuperou a mobilidade. Sou um filho orgulhoso, muito orgulhoso, do esforço que ele tem feito para viver com qualidade. E, nessa luta incansável do dia a dia, a BSGI e a recitação persistente de Daimoku têm sido companheiros inseparáveis de meu querido pai.”
Luiz Roberto Gomes, filho
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